RE...O QUÊ?
Um guia para entender a vasta- e controvertida -nomenclatura que compõe o universo do design.
Releitura, reedição, redesign. Há, quase sempre, a indicação de que algo está sendo refeito. Claro. A base do desenho industrial é a reprodução, no sentido de produção seriada. Mas, qual é a diferença entre o móvel que você está comprando e a sua matriz? Ele é exatamente o que propunha o autor? ou foi interpretado por outro designer, ganhando uma nova leitura? É tênue a linha que separa alguns desses termos. ainda assim, é possível estabelecer parâmentros.
REEDIÇÃO: por problemas técnicos ou por falta de uma matéria prima, por exemplo, um móvel tem a sua produção interrompida temporariamente.
A cadeira Flexa ficou treze anos fora de catálogo, período em que o laminado de que é feita andou escasso. Mas o termo é controverso. Há quem veja na reedição a possibilidade de algumas alterações, como a introdução de uma nova tecnologia ou a substituição de materiais. De qualquer maneira, o autor não perde o direito sobre a obra.
RÉPLICA: para alguns especialistas, é sonônimo de reprodução. Mas há quem admita algumas modificações na peça ou inovações tecnológicas no processo produtivo. Considerando-se essa abertura para ligeiras alterações, a cadeira Cesca seria um exemplo de réplica.
O projeto de 1928, assinado pelo arquiteto Marcel Breuer(1902-1981), prevê uma estrutura fixa. Hoje, encontra-se no mercado uma versão desmontável, com os mesmos materiais e proporções.
CÓPIA: É apropriação de um desenho sem a autorização do autor. O que se vê, com frequência, é a cópia de antigos estilos. os modelos Luís XVI, do século XVIII, os exemplares do império francês, do biedermeier, ambos do século XIX, e as cadeiras e as mesas do moveleiro inglês Thomas Chippendale (1718-1779) são apenas alguns dos itens que conquistaram o gosto do público e nunca mais saíram de linha. Se outra pessoa assume para sí a autoria, já não é cópia. É plágio.
REDESIGN: também chamado releitura, é a atualização de uma peça, ou de um estilo. Nessa revisão do passado, o ponto de partida pode ser também um projeto, como o deixado pelo decorador, escultor e artista plástico suíço John Louis Graz em (1891-1980). O desenho ( na verdade, um rascunho) feito na década de 40, foi resgastado no início dos anos 90.
REPRODUÇÃO: as especificações do modelo original, como medidas e materiais, são seguidas à risca. Os grandes fabricantes internacionais, que detém os direitos sobre vários móveis clássicos, também licenciam outras empresas, fora do seu país, para produzí-los sob a sua autenticidade. É o caso desta poltrona do arquiteto Le Courbusier (1887-1965), fabricada no Brasil sob licença.
